A Chapada Diamantina é protegida, desde
1985, por um parque nacional cuja área ultrapassa os 150 mil hectares.
Dentro deste parque estão suas principais cidades e atrativos
turísticos. Para entender melhor a região, sugiro dividi-la em partes.
No norte, está a cidade de Lençóis, considerada a cidade mais importante
da região. No Centro, está localizada a simpática cidade de Andaraí. E
no Sul, fica Mucugê. Vamos conhecer um pouco de cada uma delas.
Lençóis é uma cidade histórica, fundada
em meados do século 19. Seus prédios bem conservados refletem uma época
de opulência e luxo, quando os diamantes retirados da Chapada faziam a
fortuna dos coronéis e de aventureiros que frequentavam a região. Hoje,
Lençóis é uma cidade pacata com menos de 10 mil habitantes e sua
principal renda vem do turismo. No entanto, seu centro histórico ainda
preserva os prédios da época áurea e suas ruas mantêm o calçamento
original feito de pedras. A cidade fica perto de vários atrativos
turísticos do norte da Chapada, entre eles a cachoeira da fumaça, uma
das mais altas do Brasil e que só pode ser alcançada com 4 horas de
caminhada. Mas cachoeiras não faltam na região, muitas delas de fácil
acesso. Uma das mais famosas é a cachoeira do mosquito, localizada a
apenas 1 hora de carro de Lençóis. Perto dali, outro atrativo menos
conhecido chama a atenção. É a Serra das Paridas, um dos principais
sítios arqueológicos da Bahia com milhares de pinturas rupestres.
Existem desenhos de animais, figuras geométricas e formas humanas. Outra
formação rochosa, bem mais conhecida, é o Morro do Pai Inácio. Na
verdade, o morro é uma mesa rochosa que se ergue íngreme em direção ao
céu. Do alto dos seus paredões, pode-se ter uma visão de toda a região e
do início do Vale do Pati, que avança para o interior da Chapada.
Certamente um dos mirantes mais lindos do lugar. Mas a chapada não é só
morros e cachoeiras. Existe também a Chapada subterrânea composta por
dezenas de cavernas e grutas. Uma das mais famosas é a Pratinha, uma
caverna de onde aflora um rio com água transparente. Aqui é possível
fazer diversas atividades como mergulho, tirolesa e caiaque. Outra
caverna importante é a Lapa Doce. Esta gigantesca formação foi criada
por um rio subterrâneo que escavou a rocha calcária. Só a sua entrada já
impressiona pela sua altura e grandiosidade.
Na região central do parque encontramos a
simpática cidade de Andaraí, que na língua nativa quer dizer Rio dos
Morcegos. Fundada no auge da época da mineração, Andaraí ainda guarda
muito de suas características arquitetônicas originais e tem uma
população simpática que recebe muito bem o turista. Ela é uma excelente
base para se conhecer alguns dos principais pontos turísticos desta
porção da Diamantina. Um deles é o Poço Azul, uma caverna profunda,
inundada pelo afloramento do lençol freático. Mergulhar nestas águas
translúcidas causa a impressão de se estar flutuando no espaço. Outro
destino importante é o Poço Encantado. Este lago no interior de uma
caverna justifica seu nome. Uma clarabóia natural permite a entrada da
luz solar, criando um incrível efeito de luz e sombras sobre a água.
Devido aos reflexos, é difícil dizer onde está superfície do lago e onde
está seu fundo.
Perto de Andaraí encontramos um
ecossistema bem diferente do restante das paisagens do parque. Aqui
estão as águas dos rios que foram represadas pela própria natureza,
criando uma área de pantanal, batizada de Marimbús. São três grandes
regiões alagadas onde se pode fazer um belo passeio de barco conhecendo a
fauna e flora locais. Também perto de Andaraí, está a pequena e antiga
vila de Chique Chique do Igatú, um dos destinos mais charmosos da
região. Ela surgiu no século 19 como um posto avançado de garimpeiros, e
no seu auge possuía várias lojas que ofereciam produtos importados
diretamente da França. Devido à grande população, os garimpeiros
construíram suas casas ao redor do centro, usando as pedras e as
cavernas como base para suas casas. Muitas destas construções ainda
continuam de pé, algumas transformadas em hotéis, restaurantes e até
museus. Um deles é o Museu do Arte e Memória. Um espaço a céu aberto que
mistura artefatos usados pelos garimpeiros com peças de arte moderna
que revelam as belezas do sertão. Vale a pena visitá-la. Outro passeio
imperdível em Igatú é conhecer a Gruta do Brejo, uma antiga mina que
funcionou durante 9 anos. Seu túnel atravessa a montanha de um lado a
outro.
No sul do Parque Nacional da Chapada
Diamantina, encontra-se a cidade de Mucugê, a mais antiga da região e
onde foi encontrado o primeiro diamante em 1844. Mucugê, assim como
Lençóis e Andaraí, mantém suas características originais e reflete os
áureos tempos do garimpo. Seu principal atrativo é o cemitério. Criado
em 1847 no estilo Bizantino, possui centenas de túmulos pintados de
branco. Devido ao solo rochoso, as tumbas aqui não são escavadas, e sim
construídas acima do chão.
Mas a Chapada Diamantina possui muitos
outros atrativos na forma de grutas, cachoeiras e vales imponentes, e
seu clima agradável faz com que seja apto para passeios o ano inteiro.
Há passeios para quem gosta de longas caminhadas ou apenas passar o dia
banhando-se nas cachoeiras. Um lugar para quem ama a natureza. A dica
é ficar de 6 a 7 dias na região, o mínimo para se conhecer seus
principais atrativos. O acesso pode ser feito de carro desde Salvador ou
de voos semanais que ligam a capital a Lençóis. Planeje sua viagem e
ótimas férias.
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